Professor por vocação

Professor por vocação
Nós...

segunda-feira, 7 de março de 2011

Teste II - 3º ANO / Oficial e valendo nota! PRA IMPRIMIR!

Se liga aí, pessoal!!
Carnaval já era!
Vcs já têm um resumo no caderno, mas não custa rever a teoria, né?! Em seguida vem o teste. Sugiro que vcs imprimam tudo, mas se achar muito, pode imprimir só o teste. Eu só não garanto que você não vai precisar na hora de fazer suas consultas.
Amanhã, sem ressaca, por favor!

E você já viu a aula de espanhol que eu postei? Ce vai fazer Inglês ou Espanhol no ENEM?? Alôooow... se liga, amigo!!! Tá na hora de pensar nisso!!
Entonces...Hasta la vista. O mejor... Hasta mañana!

Simbolismo
Subjetivismo, angústia e religiosidade
Lílian Campos*

O Simbolismo constitui-se na Europa, especialmente na França e na Bélgica, nas últimas duas décadas do século 19, como um movimento literário em reação ao Naturalismo e ao Realismo. Isto porque os simbolistas irão reivindicar uma expressão que privilegie os estados da alma e das subjetividades humanas, contra uma lógica materialista e científica até então fortemente realçada pelo Positivismo.

No Brasil, o Simbolismo surge num período marcado por conflitos políticos e sociais. O país encontra-se em plena transição do regime escravocrata para o assalariado. A virada do século traz expectativas por um "novo mundo", mas ainda são muitas as frustrações e angústias de um país em que não se atingiu a consolidação dos ideais republicanos.

Apesar da Proclamação da República, em 1889, os brasileiros viam-se ainda imersos num mundo de práticas sociais excludentes, onde inexistem valores como a cidadania e os direitos que dela advêm. Assim, o Simbolismo literário brasileiro ganha matizes muito particulares, acentuados por escritores que se ocuparam em defender as causas das liberdades civis.

Subjetivismo e angústia
Neste contexto, o autor mais expressivo chama-se Cruz e Souza: são de sua autoria as obras que melhor representam o cenário político e social brasileiro desta época. Além disso, atribui-se a este escritor o início do Simbolismo no Brasil, com a publicação, em 1893, de "Missal" (prosa) e "Broquéis" (poesia).

Cruz e Souza defende uma estética simbolista apoiada no subjetivismo e na angústia, inicialmente voltada para as agruras vivenciadas pelos negros (possivelmente pela sua carga identitária, uma vez que era filho de escravos) e, posteriormente, fundamentada nos sofrimentos universais.

Outro expoente desta vertente literária é Alphonsus de Guimaraens (ele utilizava poeticamente a forma latinizada de seu nome). O amor, a morte e a religiosidade formam a tríade temática privilegiada por este autor, também possivelmente compreendida pelas suas experiências particulares, assinaladas pela morte de sua noiva Constança.

Alphonsus de Guimaraens acolhe esses temas em sua obra sob um misticismo evidente, que o faz ser reconhecido até hoje como um dos mais místicos (senão "o mais místico") dos poetas brasileiros.

Tanto Cruz e Souza como Alphonsus de Guimaraens incorporam a estética simbolista na literatura brasileira e, apesar de suas obras inscreverem-se em campos de ação bastante particulares para um e outro, ambos inserem-se no contexto de tratamento de uma escrita harmonizada com os fenômenos existenciais da natureza humana.

Convivência de estilos
É interessante observar que o Simbolismo convive paralelamente com o Realismo, ainda que a divisão tradicional aponte como o "fim do Realismo" o ano em que "Missal" e "Broquéis" são publicados. No entanto, devemos considerar que obras de Machado de Assis, tais como "Dom Casmurro" e "Esaú e Jacó", chegam ao público entre 1900-04 e são propriamente realistas em seu estilo.

Além disso, o Pré-Modernismo consagra-se como uma tendência que também estará a passos parelhos com o Simbolismo e com o Realismo, estendendo-se até as duas primeiras décadas do século 20. Ou seja, temos aí um panorama literário que permitiu a coexistência de estilos, permeados até a "Semana de Arte Moderna", em 1922, quando parece haver uma caracterização contundente do que chamaremos "Modernismo".


Alphonsus de Guimaraens
Simbolismo, amor e morte

Poeta simbolista, nascido em Minas Gerais no ano de 1870, Alphonsus de Guimaraens dedicou-se a uma escrita que privilegiava temas como o amor, a morte e a religiosidade.
Trata-se de um dos poetas brasileiros mais místicos. Além dessa característica, encontramos em seus poemas a nostalgia de um tempo e de um espaço esfumaçados na memória, impondo-se para sobreviver no presente.

Mas há outros temas na obra de Alphonsus de Guimaraens: a solidão, por exemplo, agravada pela percepção da dualidade entre corpo e alma; o isolamento experimentado pelo homem ao entrar nas imensas catedrais (imagem do homem em contato com Deus); a loucura, como efeito da angústia para romper a distância entre o celestial e o terreno; e a desilusão, como se o belo e o perfeito tivessem sido subtraídos da condição humana.

Todos esses temas estão na lírica de Alphonsus, sedimentados pela elegância da métrica, pela rima e pela musicalidade tecida nos poemas.

Com apenas 18 anos, Alphonsus sofreu uma grave perda: alguns biógrafos dizem que a morte de sua noiva, Constança, teria exercido uma forte influência sobre seu trabalho. Seus poemas são em grande parte dedicados a ela e a esse amor sublimado, interrompido precocemente.

Estudo de poemas
A seguir, vamos analisar alguns poemas de Alphonsus de Guimaraens, começando por "Hão de chorar por ela os cinamomos":

Hão de chorar por ela os cinamomos,
Murchando as flores ao tombar do dia.
Dos laranjais hão de cair os pomos,
Lembrando-se daquela que os colhia.

As estrelas dirão - "Ai! nada somos,
Pois ela se morreu silente e fria... "
E pondo os olhos nela como pomos,
Hão de chorar a irmã que lhes sorria.

A lua, que lhe foi mãe carinhosa,
Que a viu nascer e amar, há de envolvê-la
Entre lírios e pétalas de rosa.

Os meus sonhos de amor serão defuntos...
E os arcanjos dirão no azul ao vê-la,
Pensando em mim: - "Por que não vieram juntos?"


Como vemos, Alphonsus dedicou-se obsessivamente à evocação da morte em seus poemas, cingida por elementos representativos, tais como as flores murchas, a cor lilás, o predomínio da noite sobre o dia, os anjos, o sorriso de outrora convertido em lágrimas e o ressentimento daquele que permaneceu solitário, impedido de acompanhar o ser amado na morte.

No poema "A catedral" (ver abaixo), acompanhamos as ilusões do poeta. Elas têm início no amanhecer - a juventude - e, à medida que o dia avança rumo à noite - ou seja, a maturidade, a agonia -, alimentada pelo sono repleto de sonhos atormentados, as ilusões seguem num crescendo, intensificadas pela dor, pelo sofrimento.

A luz é aparente: ela toca apenas o corpo do poeta, mas não chega à sua alma obscurecida; e os sinos, semelhantes a anjos que falam dos céus, lamentam a triste sina de Alphonsus:

Entre brumas ao longe surge a aurora,
O hialino orvalho aos poucos se evapora,
Agoniza o arrebol.
A catedral ebúrnea do meu sonho
Aparece na paz do céu risonho
Toda branca de sol.

E o sino canta em lúgubres responsos:
"Pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus!"

O astro glorioso segue a eterna estrada.
Uma áurea seta lhe cintila em cada
Refulgente raio de luz.
A catedral ebúrnea do meu sonho,
Onde os meus olhos tão cansados ponho,
Recebe a bênção de Jesus.

E o sino clama em lúgubres responsos:
"Pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus!"

Por entre lírios e lilases desce
A tarde esquiva: amargurada prece
Põe-se a luz a rezar.
A catedral ebúrnea do meu sonho
Aparece na paz do céu tristonho
Toda branca de luar.

E o sino chora em lúgubres responsos:
"Pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus!"

O céu é todo trevas: o vento uiva.
Do relâmpago a cabeleira ruiva
Vem açoitar o rosto meu.
A catedral ebúrnea do meu sonho
Afunda-se no caos do céu medonho
Como um astro que já morreu.

E o sino chora em lúgubres responsos:
"Pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus!"


No caso de "Ismália" (veja abaixo), o poema expressa a dualidade entre corpo e alma. Aqui está revelada a imagem de todo homem preso ao desejo de unir matéria e espírito, mas frustrado pela consciência da distância intransponível que o separa de seu objetivo.

Levada, sutil e delicadamente, por um desvario, Ismália se permite sonhar com o possível encontro de matéria e espírito. Mas, já que ele não é realizável em vida, então é à morte que Ismália se entrega. No entanto, essa entrega está banhada por uma singeleza única: semelhante a um anjo, sua alma sobe embalada por um cântico, enquanto seu corpo repousa na imensidão do oceano.

Fica a impressão de que, para Ismália, não bastaria o reflexo da lua - que bem poderíamos entender como símbolo do poder celestial - sobre o mar (a vida terrena). Desse modo, a experimentação de um sentimento de completude não se daria apenas pela presença constante do divino no cotidiano, mas sim pelo encontro com o Absoluto, o que lhe exigiria transpor a fronteira da vida para a morte:

Quando Ismália enlouqueceu,
Pôs-se na torre a sonhar...
Viu uma lua no céu,
Viu outra lua no mar.

No sonho em que se perdeu,
Banhou-se toda em luar...
Queria subir ao céu,
Queria descer ao mar...

E, no desvario seu,
Na torre pôs-se a cantar...
Estava longe do céu...
Estava longe do mar...

E como um anjo pendeu
As asas para voar...
Queria a lua do céu,
Queria a lua do mar...

As asas que Deus lhe deu
Ruflaram de par em par...
Sua alma, subiu ao céu,
Seu corpo desceu ao mar...


O poeta e o modernismo
A obra de Alphonsus teve forte repercussão entre os modernistas das primeiras décadas do século 20. Embora aqueles escritores procurassem romper as amarras com o passado - para promover o novo na estética literária -, Alphonsus foi prestigiado como uma referência, despertando o interesse de autores como Mário de Andrade, Jacques d'Avray (pseudônimo de José de Freitas Vale) e Oswald de Andrade.

Havia, sem dúvida, no trabalho do autor mineiro um diálogo vigoroso com expressões que seriam cultuadas pelos jovens modernistas: mais maduro, Alphonsus experimentou uma escrita que se aproxima da paródia e do popular, a exemplo de "Epigrama":

Na próxima revisão eleitoral, serão suprimidos das listas todos os eleitores mortos (De um jornal)

Empreguei a medicina
Para fins eleitorais...
Ai de mim! ai triste sina!
Os mortos não voltam mais.
Dr. Rapadura Dr. Raa Dr. Rapadura


Para conhecer mais
Para aqueles que desejarem ampliar seus conhecimentos sobre a vida e a obra de Alphonsus, destacamos os estudos de Manuel Bandeira e de Henriqueta Lisboa, publicados nas décadas de 1940 e 1950, além do ensaio produzido por Eduardo Portella para a edição das Obras completas (1960), também disponível no volume Poesia completa de Alphonsus de Guimaraens, da Editora Nova Aguilar.

Por Lílian Campos, professora de língua francesa na PUC-PR e na UFPR, com atuação também no ensino de língua portuguesa.

TESTE TESTE TESTE TESTE TESTE TESTE TESTE

1)Assinale a alternativa incorreta sobre o Simbolismo.
a. Ao contrário dos escritores românticos, os simbolistas nem sempre
identificaram a dor como decorrência da solidão amorosa, mas
expressaram de modo mais maduro os sofrimentos resultantes de
investigações metafísicas e existenciais.
b. O Simbolismo restaura do Romantismo o gosto por visões
desencantadas, por aspectos decadentes, meio marginais.
c. A insistência em evocar espaços aéreos, siderais, corresponde ao desejo
dos poetas simbolistas em atingir dimensões espirituais, em que
poderiam aplacar a consciência das dores existenciais.
d. Os escritores simbolistas acreditavam que o significado do poema está
intimamente associado a sua estrutura melódica, por isso, explica-se o
emprego constante de sinestesias que promovem musicalidade aos
versos.
e. Como um movimento anti-materialista e anti-racionalista, o
Simbolismo buscou sugerir, intuir e evocar realidades imateriais,
imprecisas, vagas e explorar estados de transe, de inconsciência, como
meio de alcançar um mundo que transcende às formas racionais.

2)Leia o seguinte poema sobre o estilo de Ademir da Guia,
jogador de futebol dos anos 70, para responder ao teste:

Ademir da Guia
Ademir impõe com seu jogo
O ritmo do chumbo (e o peso),
Da lesma, da câmera lenta,
Do homem dentro do pesadelo.
Ritmo líquido se infiltrando
No adversário, grosso, de dentro,
Impondo-lhe o que ele deseja,
Mandando nele, apodrecendo-o.
Ritmo morno, de andar na areia,
De água doente de alagados,
Entorpecendo e então atando
O mais irrequieto adversário.
João Cabral de Melo Neto

Sobre o poema transcrito, considere as seguintes afirmações:
I. As assonâncias relacionam-se ao sentido global do texto, que
descreve o ritmo lento e pesado de um jogador de futebol.
II. As expressões ”ritmo de chumbo” e ”ritmo líquido” são
contraditórias, e mostram a versatilidade do jogador.
III. Embora apresente uma série de assonâncias, principalmente de sons
anasalados, o poema não oferece exemplos de aliteração.
IV. As rimas que o poema apresenta classificam-se como toantes (ou
assonantes), pois correspondem à semelhança sonora entre vogais
tônicas.

Estão corretas as afirmações:
a. I, II e IV. d. I, II e III.
b. I e IV. e. III e IV.
c. II e IV.

3)O texto que segue refere-se ao teste 3:

Ubiqüidade

Estás em tudo que penso,
Estás em quanto imagino:
Estás no horizonte imenso,
Estás no grão pequenino.
Estás na ovelha que pasce,
Estás no rio que corre:
Estás em tudo que nasce,
Estás em tudo que morre.
(...)
Manuel Bandeira

Sobre o poema transcrito, assinale a alternativa correta:
a. A anáfora é o elemento estrutural mais importante do texto, mas não
se associa diretamente ao sentido dos versos.
b. O poema constrói-se com base em antíteses, que sugerem a dúvida do
eu-lírico em relação à natureza de seus sentimentos.
c. O poema alterna referências objetivas e subjetivas, com a intenção de
sugerir que o ser amado presentifica-se em qualquer dimensão.
d. Quanto à forma, que pode ser considerada tradicional, o texto
apresenta rimas alternadas e versos decassílabos.
e. Pelo sentido geral dos versos pode-se depreender que um sinônimo
para o termo ”ubiqüidade” é ”obsessão”.

4. Assinale a alternativa correta:
a. Na medida em que pretende expressar estados de alma e percepções
pessoais, a poesia simbolista retoma um importante traço romântico,
rechaçado pelos realistas: a valorização da subjetividade.
b. Os poetas simbolistas, também chamados de decadentes, voltam-se
para os temas mórbidos e fisiológicos, ao gosto naturalista.
c. O Simbolismo valeu-se das pesquisas freudianas acerca do inconsciente
humano para desenvolver uma poesia de caráter onírico e ilógico.
d. No que diz respeito à forma poética, a poesia simbolista foi mais
conservadora que inovadora, pois expressa-se exclusivamente através
do soneto.
e. De maneira idêntica aos parnasianos, os simbolistas tiveram como
principal preocupação o culto da ”Arte pela Arte”, com a diferença de
que aqueles valorizaram as formas plásticas, e estes, a música.

5. Sobre os versos que seguem, de autoria de Cruz e Souza, assinale a
alternativa correta:
”(...)
Tu és o Poeta, o grande Assinalado
Que povoas o mundo despovoado,
De belezas eternas, pouco a pouco...
Na natureza prodigiosa e rica
Toda a audácia dos nervos justifica
Os teus espasmos imortais de louco!”
a. O sofrimento do eu-lírico decorre do preconceito de cor sofrido pelo
poeta, o que fica evidente no termo ”assinalado”, que significa
”discriminado”.
b. O texto comprova a tese de que a poesia simbolista é fruto de estados
alterados de consciência.
c. O poeta simbolista deve povoar o mundo com seus versos referentes às
belezas naturais.
d. A loucura é o tributo pago pelo poeta pelo dom de saber fazer versos.
e. O termo ”assinalado” confirma a idéia simbolista de que o poeta é um
desajustado, um incompreendido, que tem, entretanto, a nobre missão
de eternizar a Beleza.

6. Assinale a alternativa que melhor expresse a idéia apresentada nos versos,
transcritos a seguir.
”Busque Amor novas artes, novo engenho,
para matar-me, e novas esquivanças;
que não pode tirar-me as esperanças,
que mal me tirará o que eu não tenho.”
Sonetos, de Camões
a. o sofrimento amoroso advém das forças do amor que são
constantemente renovadas.
b. o sentimento amoroso esgota-se, porque o poeta não resiste às
provações que o amor impõe.
c. a despeito da força destrutiva do amor, o poeta mantém-se forte e
esperançoso.
d. contraditoriamente, as experiências amorosas revigoram as esperanças
e o tormento do poeta.
e. ainda que sem esperanças, o poeta não sucumbe aos sofrimentos
determinados pelo amor.

Leia o texto a seguir para responder ao teste 7.
Ӄ um rolo misterioso e profundo que vem dum mar
desconhecido. E a chuva começa (...) Primeiro a terra embebe-se e incha.
E, depois de cheia, a torrente jorra até polir as pedras; ara, põe raízes à
mostra, arrasta na aluvião o húmus as folhas secas das árvores, os
cadáveres dos bichos, os detritos desagregados das rochas, que rolam
juntos, dispersa e reúne, atira, entre a baba da água, para um destino
ignoto.” (”O enxurro”, Raul Brandão)

7. O trecho apresenta _____________________ , recurso expressivo que
produz um efeito imitativo __________ e colabora não só para
_____________________ a violência do movimento das águas, mas para
criar _____________________ à cena narrada. Trata-se de um texto em
prosa-poética, por incorporar na prosa elementos típicos da poesia.

Assinale a alternativa que completa as lacunas do comentário
do texto de Raul Brandão.
a. aliterações - sonoro - descrever- tensão.
b. assonâncias - metonímico - descrever - dramaticidade.
c. apelo auditivo - sugerir - clímax
d. aliterações - sonoro - sugerir- dramaticidade.
e. apelo auditivo - sonoro - revelar - tensão

Leia o poema a seguir para responder aos testes 8 e 9.

Sinfonias do Ocaso

Musselinosas como brumas
descem do ocaso as sombras harmoniosas,
sombras veladas e musselinosas
para as profundas solidões noturnas.
Sacrários virgens, sacrossantas urnas,
os céus resplandem de sidérias rosas,
da Lua e das estrelas majestosas
iluminando a escuridão das furnas.
Ah! por estes sinfônicos ocasos
a terra exala aromas de áureos vasos,
incensos de turíbulos divinos.
Os plenilúnios mórbidos vaporam...
E como que no Azul plangem e choram
cítaras, harpas, bandolins, violinos...
Cruz e Sousa

8. Os substantivos que melhor expressam a atmosfera diáfana presente no
poema são:
a. ”brumas” e ”estrelas” d. ”incenso” e ”cítaras”
b. ”urnas” e ”plenilúnio” e. ”cítaras” e “plenilúnio”
c. ”brumas” e ”incenso”

9. Pode-se afirmar que o poema:
a. sugere um ambiente de desarmonia e sofrimento causado pela
instabilidade do cenário natural.
b. refere-se ao mistério da morte por meio de imagens nebulosas e escuras.
c. aborda o surgimento, por influência da chegada do fim da tarde, de
sensações múltiplas e não racionais.
d. tematiza a angústia provocada pela multiplicidade de experiências
sensoriais provocadas pelo ocaso.
e. trata da angústia provocada pelos sons que o eu lírico escuta no fim da
tarde.

Leia o trecho a seguir em que se descreve uma personagem do romance
naturalista O mulato, de Aluísio de Azevedo.

”A repolhuda Lindoca igualmente se retraíra, mas esta
coitada! por desgosto das suas banhas; já não queria aparecer a pessoa
alguma, de vergonha. Entrara, por conselho do pai, a dar longos passeios
de madrugada, enquanto houvesse pouca gente na rua, para ver se lhe
descaíam as enxúndias, mas qual! a enchente de gordura continuava
bolear-lhe cada vez mais os membros. A pobre moça já não tinha feitio;
quando saía era obrigada a descansar de vez em quando, provocando
olhares de admiração, que a irritavam; já não podia usar botinas, ficara
condenada ao sapato de pano, raso, quase redondo; as suas mãos
perderam o direito de tocar nos seus quadris; trazia os braços sempre
abertos; o pescoço apresentava roscas assustadoras; os olhos, o nariz e a
boca ameaçavam desaparecer afogados nas bochechas.”

10.Considere as afirmações em relação ao texto de Aluísio de Azevedo.
I. Ainda que o narrador tente conservar uma perspectiva objetiva de
quem apresenta racionalmente a realidade que se pode ver, o emprego
de alguns adjetivos denuncia o seu julgamento, a sua opinião.
II. O acúmulo de detalhes e a predominância de aspectos concretos
constituem a essência da descrição da figura feminina e colaboram
para que se acentue o que há de grotesco em sua aparência física.
III. A descrição minuciosa e o emprego de adjetivos subjetivos ressaltam a
obesidade da personagem, apresentada com a naturalidade e frieza
da linguagem científica.

Está correto o que se afirma em:
a. I
b. II
c. III
d. I e II
e. II e III

Sem gabarito, pessoal. Assinale a alternativa incorreta sobre o Simbolismo.
a. Ao contrário dos escritores românticos, os simbolistas nem sempre
identificaram a dor como decorrência da solidão amorosa, mas
expressaram de modo mais maduro os sofrimentos resultantes de
investigações metafísicas e existenciais.
b. O Simbolismo restaura do Romantismo o gosto por visões
desencantadas, por aspectos decadentes, meio marginais.
c. A insistência em evocar espaços aéreos, siderais, corresponde ao desejo
dos poetas simbolistas em atingir dimensões espirituais, em que
poderiam aplacar a consciência das dores existenciais.
26
d. Os escritores simbolistas acreditavam que o significado do poema está
intimamente associado a sua estrutura melódica, por isso, explica-se o
emprego constante de sinestesias que promovem musicalidade aos
versos.
e. Como um movimento anti-materialista e anti-racionalista, o
Simbolismo buscou sugerir, intuir e evocar realidades imateriais,
imprecisas, vagas e explorar estados de transe, de inconsciência, como
meio de alcançar um mundo que transcende às formas racionais.
Leia o seguinte poema sobre o estilo de Ademir da Guia,
jogador de futebol dos anos 70, para responder ao teste 52:
Ademir da Guia
Ademir impõe com seu jogo
O ritmo do chumbo (e o peso),
Da lesma, da câmera lenta,
Do homem dentro do pesadelo.
Ritmo líquido se infiltrando
No adversário, grosso, de dentro,
Impondo-lhe o que ele deseja,
Mandando nele, apodrecendo-o.
Ritmo morno, de andar na areia,
De água doente de alagados,
Entorpecendo e então atando
O mais irrequieto adversário.
João Cabral de Melo Neto
52. Sobre o poema transcrito, considere as seguintes afirmações:
I. As assonâncias relacionam-se ao sentido global do texto, que
descreve o ritmo lento e pesado de um jogador de futebol.
II. As expressões ”ritmo de chumbo” e ”ritmo líquido” são
contraditórias, e mostram a versatilidade do jogador.
III. Embora apresente uma série de assonâncias, principalmente de sons
anasalados, o poema não oferece exemplos de aliteração.
IV. As rimas que o poema apresenta classificam-se como toantes (ou
assonantes), pois correspondem à semelhança sonora entre vogais
tônicas.
27
Estão corretas as afirmações:
a. I, II e IV. d. I, II e III.
b. I e IV. e. III e IV.
c. II e IV.
O texto que segue refere-se ao teste 53:
Ubiqüidade
Estás em tudo que penso,
Estás em quanto imagino:
Estás no horizonte imenso,
Estás no grão pequenino.
Estás na ovelha que pasce,
Estás no rio que corre:
Estás em tudo que nasce,
Estás em tudo que morre.
(...)
Manuel Bandeira
53. Sobre o poema transcrito, assinale a alternativa correta:
a. A anáfora é o elemento estrutural mais importante do texto, mas não
se associa diretamente ao sentido dos versos.
b. O poema constrói-se com base em antíteses, que sugerem a dúvida do
eu-lírico em relação à natureza de seus sentimentos.
c. O poema alterna referências objetivas e subjetivas, com a intenção de
sugerir que o ser amado presentifica-se em qualquer dimensão.
d. Quanto à forma, que pode ser considerada tradicional, o texto
apresenta rimas alternadas e versos decassílabos.
e. Pelo sentido geral dos versos pode-se depreender que um sinônimo
para o termo ”ubiqüidade” é ”obsessão”.
28
54. Assinale a alternativa correta:
a. Na medida em que pretende expressar estados de alma e percepções
pessoais, a poesia simbolista retoma um importante traço romântico,
rechaçado pelos realistas: a valorização da subjetividade.
b. Os poetas simbolistas, também chamados de decadentes, voltam-se
para os temas mórbidos e fisiológicos, ao gosto naturalista.
c. O Simbolismo valeu-se das pesquisas freudianas acerca do inconsciente
humano para desenvolver uma poesia de caráter onírico e ilógico.
d. No que diz respeito à forma poética, a poesia simbolista foi mais
conservadora que inovadora, pois expressa-se exclusivamente através
do soneto.
e. De maneira idêntica aos parnasianos, os simbolistas tiveram como
principal preocupação o culto da ”Arte pela Arte”, com a diferença de
que aqueles valorizaram as formas plásticas, e estes, a música.
55. Sobre os versos que seguem, de autoria de Cruz e Souza, assinale a
alternativa correta:
”(...)
Tu és o Poeta, o grande Assinalado
Que povoas o mundo despovoado,
De belezas eternas, pouco a pouco...
Na natureza prodigiosa e rica
Toda a audácia dos nervos justifica
Os teus espasmos imortais de louco!”
a. O sofrimento do eu-lírico decorre do preconceito de cor sofrido pelo
poeta, o que fica evidente no termo ”assinalado”, que significa
”discriminado”.
b. O texto comprova a tese de que a poesia simbolista é fruto de estados
alterados de consciência.
c. O poeta simbolista deve povoar o mundo com seus versos referentes às
belezas naturais.
d. A loucura é o tributo pago pelo poeta pelo dom de saber fazer versos.
e. O termo ”assinalado” confirma a idéia simbolista de que o poeta é um
desajustado, um incompreendido, que tem, entretanto, a nobre missão
de eternizar a Beleza.
29
56. Assinale a alternativa que melhor expresse a idéia apresentada nos versos,
transcritos a seguir.
”Busque Amor novas artes, novo engenho,
para matar-me, e novas esquivanças;
que não pode tirar-me as esperanças,
que mal me tirará o que eu não tenho.”
Sonetos, de Camões
a. o sofrimento amoroso advém das forças do amor que são
constantemente renovadas.
b. o sentimento amoroso esgota-se, porque o poeta não resiste às
provações que o amor impõe.
c. a despeito da força destrutiva do amor, o poeta mantém-se forte e
esperançoso.
d. contraditoriamente, as experiências amorosas revigoram as esperanças
e o tormento do poeta.
e. ainda que sem esperanças, o poeta não sucumbe aos sofrimentos
determinados pelo amor.
Leia o texto a seguir para responder ao teste 57.
Ӄ um rolo misterioso e profundo que vem dum mar
desconhecido. E a chuva começa (...) Primeiro a terra embebe-se e incha.
E, depois de cheia, a torrente jorra até polir as pedras; ara, põe raízes à
mostra, arrasta na aluvião o húmus as folhas secas das árvores, os
cadáveres dos bichos, os detritos desagregados das rochas, que rolam
juntos, dispersa e reúne, atira, entre a baba da água, para um destino
ignoto.” (”O enxurro”, Raul Brandão)
57. O trecho apresenta _____________________ , recurso expressivo que
produz um efeito imitativo __________ e colabora não só para
_____________________ a violência do movimento das águas, mas para
criar _____________________ à cena narrada. Trata-se de um texto em
prosa-poética, por incorporar na prosa elementos típicos da poesia.
30
Assinale a alternativa que completa as lacunas do comentário
do texto de Raul Brandão.
a. aliterações - sonoro - descrever- tensão.
b. assonâncias - metonímico - descrever - dramaticidade.
c. apelo auditivo - sugerir - clímax
d. aliterações - sonoro - sugerir- dramaticidade.
e. apelo auditivo - sonoro - revelar - tensão
Leia o poema a seguir para responder aos testes 58 e 59.
Sinfonias do Ocaso
Musselinosas como brumas
descem do ocaso as sombras harmoniosas,
sombras veladas e musselinosas
para as profundas solidões noturnas.
Sacrários virgens, sacrossantas urnas,
os céus resplandem de sidérias rosas,
da Lua e das estrelas majestosas
iluminando a escuridão das furnas.
Ah! por estes sinfônicos ocasos
a terra exala aromas de áureos vasos,
incensos de turíbulos divinos.
Os plenilúnios mórbidos vaporam...
E como que no Azul plangem e choram
cítaras, harpas, bandolins, violinos...
Cruz e Sousa
58. Os substantivos que melhor expressam a atmosfera diáfana presente no
poema são:
a. ”brumas” e ”estrelas” d. ”incenso” e ”cítaras”
b. ”urnas” e ”plenilúnio” e. ”cítaras” e “plenilúnio”
c. ”brumas” e ”incenso”
31
59. Pode-se afirmar que o poema:
a. sugere um ambiente de desarmonia e sofrimento causado pela
instabilidade do cenário natural.
b. refere-se ao mistério da morte por meio de imagens nebulosas e escuras.
c. aborda o surgimento, por influência da chegada do fim da tarde, de
sensações múltiplas e não racionais.
d. tematiza a angústia provocada pela multiplicidade de experiências
sensoriais provocadas pelo ocaso.
e. trata da angústia provocada pelos sons que o eu lírico escuta no fim da
tarde.
60. Leia o trecho a seguir em que se descreve uma personagem do romance
naturalista O mulato, de Aluísio de Azevedo.
”A repolhuda Lindoca igualmente se retraíra, mas esta
coitada! por desgosto das suas banhas; já não queria aparecer a pessoa
alguma, de vergonha. Entrara, por conselho do pai, a dar longos passeios
de madrugada, enquanto houvesse pouca gente na rua, para ver se lhe
descaíam as enxúndias, mas qual! a enchente de gordura continuava
bolear-lhe cada vez mais os membros. A pobre moça já não tinha feitio;
quando saía era obrigada a descansar de vez em quando, provocando
olhares de admiração, que a irritavam; já não podia usar botinas, ficara
condenada ao sapato de pano, raso, quase redondo; as suas mãos
perderam o direito de tocar nos seus quadris; trazia os braços sempre
abertos; o pescoço apresentava roscas assustadoras; os olhos, o nariz e a
boca ameaçavam desaparecer afogados nas bochechas.”
Considere as afirmações em relação ao texto de Aluísio de Azevedo.
I. Ainda que o narrador tente conservar uma perspectiva objetiva de
quem apresenta racionalmente a realidade que se pode ver, o emprego
de alguns adjetivos denuncia o seu julgamento, a sua opinião.
II. O acúmulo de detalhes e a predominância de aspectos concretos
constituem a essência da descrição da figura feminina e colaboram
para que se acentue o que há de grotesco em sua aparência física.
III. A descrição minuciosa e o emprego de adjetivos subjetivos ressaltam a
obesidade da personagem, apresentada com a naturalidade e frieza
da linguagem científica.
Está correto o que se afirma em:
a. I
b. II
c. III
d. I e II
e. II e III


Sem gabarito, galera. Vai na raça mesmo.
A gnt se vê na sala!

Nenhum comentário:

Postar um comentário