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segunda-feira, 28 de junho de 2010

Identidade para gatos pardos _ Adílson Vilaça - Sinopse

Sinopse
Os contos reunidos em Identidade para os gatos pardos nasceram sem máscaras. São impressões digitais que conhecemos: ignorância, miséria, desemprego ou subemprego, alcoolismo, preconceito... Contra as quais nada ou pouquíssimo tem sido feito para debelá-las. São contos de sopro étnico, ambientados no solo social do Espírito Santo, no Brasil; por vez, um e outro, há o conto que floresce em chão de mapa fictício, mas em território inventado à imagem e semelhança da topografia emocional capixaba. O tema central - um mergulho na grande noite que circunda nossa gente afro-brasileira - carrega em suas tramas o subtema da violência. Mas não é recomendável que se os tema; é recomendável que o leitor tenha a constância de encará-los, tão longamente quanto possa suportar olhar de frente a dor ancestral impressa na identidade de alguns personagens. Quem são eles? São uma gente cotidiana, e gente brasileira que tem a especificidade de descender de escravos. Assim é que são os personagens destes contos, viajantes em uma terra que teima em lhes ser forasteira. Uma terra povoada de fronteiras, e que persevera, na multidão de suas guaritas, em revirar a bagagem nômade ou de endereço mal-afamado dessa gente que a perpassa. A revista quase sempre flagra tal bando de personagens viciado no contrabando de velhas mercadorias - sonho, pesadelo; desespero; miséria, sucesso; riso, lágrima; e tantos outros pares de conforto e desconforto que marcam a existência humana. E são esses os elementos dramáticos que vivem nos contos. Muita vez, convém advertir, como são contos sem máscara, eles se aventuram na denúncia explícita do choque, ataque e revanche, que embala as relações humanas no Brasil. Enfim, o conteúdo paira no plano em que se configuram engenho, senzala e arte.Assim é o livro. E que nunca seja panfleto, porém literatura que tenha modos de documentar, de enternecer, de arrepiar. Que dê identidade à nossa alma de gatos pardos.

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